sábado, 17 de janeiro de 2015

Mudança de Hábitos é o ponto chave do sucesso da manutenção

ACOMPANHAMENTO MULTIDISCIPLINAR É FUNDAMENTAL PARA EVITAR QUE PACIENTE VOLTE A ENGORDAR APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA

Na grande maioria dos casos o aumento de peso ocorre quando o paciente não assume hábitos saudáveis recomendados, que foram orientados desde antes da operação, como a adoção de dieta menos calórica e mais nutritiva, além da prática de exercícios físicos regulares


Hábitos alimentares saudáveis estão entre os comportamentos que evitam o reganho.
Hábitos alimentares saudáveis estão entre os comportamentos que evitam o reganho.
A cirurgia bariátrica vem se destacando em todo o mundo por ser um tipo de procedimento que, além de contribuir com uma considerável perda de peso dos pacientes, auxilia no combate e controle de comorbidades como hipertensão, diabetes, colesterol, apneia do sono, problemas ortopédicos, entre outros. Um dos pontos principais que garante o sucesso da cirurgia e prolonga os benefícios provenientes do procedimento é o acompanhamento pós-operatório.

“É importante deixar claro que o objetivo principal da cirurgia não é só a perda de peso e sim a melhora da saúde como um todo com o controle de doenças associadas. Tudo isso pode ser prejudicado se o paciente, por algum motivo, abrir mão do acompanhamento multidisciplinar de nutricionista, psicóloga e atividade física supervisionada”, alerta o Dr. Almino Ramos, Presidente da SBCBM – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Um assunto que provoca muita discussão atualmente é o aumento de peso após certo tempo de realização da cirurgia. Isso pode acontecer em cerca de 10% a 15% dos pacientes e na grande maioria dos casos ocorre quando o paciente não assume hábitos saudáveis recomendados, que foram orientados desde antes da operação, como a adoção de dieta menos calórica e mais nutritiva, além da prática de exercícios físicos.

“Mudar o comportamento não é uma tarefa fácil, mas uma equipe multidisciplinar capacitada para o atendimento desses pacientes pode tornar o processo mais fácil e sustentável”, acrescenta a nutricionista Alessandra Coelho, Presidente da COESAS – Comissão de Especialidades Associadas, da SBCBM.

“O aumento do peso não significa necessariamente o retorno ao patamar de obesidade mórbida, já que na maioria das vezes o aumento é de poucos quilos. Por outras questões como genéticas e metabólicas o paciente pode adquirir alguns quilos após a cirurgia, porém consegue manter as doenças associadas sob controle. Esse é o principal propósito da cirurgia”, acrescenta Dr. Almino.

Dicas para evitar o aumento de peso
A obesidade é uma doença crônica e multifatorial. Para garantir o controle do peso corporal a nutricionista Alessandra Colha dá algumas dicas:

- Mastigar bem os alimentos.
- Evitar o hábito de “beliscar”.
- Consumir carnes magras.
- Incluir na rotina habitual frutas, verduras e legumes.
- Dar preferência para carboidratos integrais (pão integral, arroz integral).
- Evitar frituras e alimentos gordurosos.
- Atenção com o consumo de doces, principalmente preparações com alta densidade calórica, tais como, milk shake, sorvete, brigadeiro etc.
- Evitar o consumo de bebida alcoólica.
- Realizar atividade física com frequência.
- Fazer acompanhamento regular com equipe multidisciplinar.

Sobre a SBCBM
A SBCBM – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica foi fundada em 1996. Inicialmente batizada como SBCB – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, em 2006 a entidade inseriu a palavra “Metabólica” em seu nome, devido à crescente importância da cirurgia metabólica na comunidade médica.

Possui atualmente cerca de 1260 sócios entre cirurgiões e especialidades associadas (endocrinologista, cardiologista, educadores físicos, cirurgiões plásticos, fisioterapia, enfermagem, odontologia, fonoaudiologia, nutricionista e nutrólogo e psiquiatra e psicólogo) com representantes em todo o país por meio de 14 capítulos (Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e 10 delegacias (Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins).

Mais informações para imprensa:
Target Estratégia em Comunicação

Os efeitos da obesidade no ser humano

OBESOS PERDEM ATÉ 8 ANOS DA EXPECTATIVA DE VIDA, DIZ ESTUDO

Pesquisa canadense usou modelo de computador para mapear riscos e calcular impacto do peso sobre saúde em diferentes idades.

572-BXA obesidade mórbida pode cortar em até oito anos a expectativa de vida de uma pessoa e causar décadas de problemas de saúde, diz um estudo canadense.
O mesmo relatório também observou que ser obeso na juventude pode ter consequências ainda mais graves sobre a saúde e a expectativa de vida.
Os cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, dizem que problemas cardíacos e diabetes tipo 2 eram as principais causas de complicações de saúde e morte nos casos analisados.
Segundo os especialistas, as pessoas são freqüentemente “ignorantes” sobre as consequências da obesidade.
Os problemas de saúde causados pela obesidade, porém, são bem conhecidos.
O relatório, publicado no Lancet Diabetes e Endocrinology, usou um modelo de computador para mapear riscos e calcular o impacto do peso sobre a expectativa de vida em diferentes idades.
Na comparação com pessoas entre 20 a 39 anos de idade com um peso saudável, obesos da mesma faixa etária perdem 8,4 anos de vida, se homens, e 6,1, quando mulheres.
No caso dos homens, eles ainda viveram pelo menos 18,8 anos com a saúde debilitada – no das mulheres, foram mais 19,1 nessa condição.
Considerando-se um grupo de idade dos 40 aos 50 anos, os homens obesos perderam 3,7 anos e as mulheres 5,3 anos de expectativa de vida.
Homens e mulheres que se tornam obesos em seus 60 e 70 anos de idade perdem um ano de vida – mas enfrentam pelo menos 7 de saúde precária.
‘Padrão claro’
“Nosso estudo mostra que a obesidade está associada a um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares, incluindo doença cardíaca e acidente vascular cerebral, e diabetes, que, em média, reduzem drasticamente a expectativa de vida de um indivíduo”, disse o professor Steven Grover, da Universidade de Montreal.
“O padrão é claro. Quanto mais um indivíduo pesa e quanto mais jovem é, maior o efeito sobre a sua saúde, pois eles têm muitos anos pela frente durante os quais o aumento dos riscos de saúde associados à obesidade podem impactar negativamente suas vidas”, complementou.
Em resposta às conclusões, Barbara Dinsdale, da organização Heart Research UK, disse: “Quantos mais alertas como estes precisamos? Esta pesquisa mais uma vez afirma a mensagem clara de que, tornando-se obeso, você não só perderá anos de vida como tornará em ‘anos perdidos’ os que restam, já que sua saúde estará em más condições e não será possível levar uma vida feliz, ativa e produtiva”.
Tam Fry, do Fórum Nacional de Obesidade do Reino Unido, disse: “As pessoas insistem em pensar que a gordura é apenas gordura e são ignorantes quanto às muitas doenças que um índice de massa corporal elevado dispara”.
“Se eles soubessem que podem perder uma perna ou ficar cegas por conta da diabetes, ou ainda desenvolver complicações que ameaçam a vida, tenho certeza que eles iriam pensar duas vezes antes de acumularem quilos”, completou.
Fonte: G1/Bem Estar