terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ponto de Vista - 29/09 - Cirurgia bariátrica ou reeducação alimentar?

Cirurgia Laparóscopica


A Cirurgia por Videolaparoscopia




Minimamente invasiva e aplicável em todas as técnicas cirúrgicas, a videolaparoscopia representa uma das maiores evoluções tecnológicas da medicina. No tratamento da obesidade, as cirurgias do gênero se diferenciam da convencional, aberta (laparotomia), em função do acesso utilizado.
Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente, enquanto na videolaparoscopia são feitas de quatro a sete mini-incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. O registro fica gravado e o paciente pode levar uma cópia de DVD como um documento da operação.
Das quase 60 mil cirurgias bariátricas realizadas em 2010 no Brasil, 35% foram feitas via videolaparoscopia. A taxa de mortalidade média é de apenas 0,23% – abaixo do índice de 1% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) –, contra 0,8% a 1% da cirurgia aberta (laparotomia). 
Vale lembrar que, em algumas situações, o cirurgião precisa converter a videolaparoscopia em cirurgia aberta. Essa decisão é baseada em critérios de segurança e só pode ser tomada durante o ato operatório.

Uma análise sistemática e psicológica da obesidade

DIÁRIO DA MANHÃ
JOSÉ GERALDO RABELO
Um problema grave de saúde pública atualmente se refere à obesidade. Um dos três distúrbios (bulimia e anorexia) de maior gravidade quanto à alimentação e que, embora se fale muito; quase nada tem sido feito para o combate de forma substancial quando nos referimos à obesidade, principalmente, na infância.
Já existem estudos que provam que qualquer tipo de problema logo no início da vida contribui para o excesso de peso a longo prazo, portanto é preciso avaliar e monitorar as grávidas.
A ciência demonstra que aspectos psicológicos podem ser causas ou consequência da obesidade. Dificuldades afetivas podem precipitar, em pessoas vulneráveis, alteração no comportamento alimentar, levando-as a comer além do necessário ou até compulsivamente. Neste sentido o alimento substitui o afeto perdido e o indivíduo passa a preencher este vazio através do ato de comer. Essas pessoas tendem a ingerir alimentos hipercalóricos como chocolate, que induz o organismo a liberar serotonina, hormônio do bem- estar. Porém, em situações de stresse o organismo secreta cortisol hormônio que estimula a degradação de proteínas do músculo com a liberação de aminoácidos na corrente sanguínea, esses aminoácidos são levados para o fígado e usados para produção de glicose e posteriormente são armazenadas no corpo na forma de gordura acompanhado de acumulo de líquido pelo organismo, o que pode levar ao quadro de obesidade.
Também a título de esclarecimento, temos em vigor uma lei federal que proibi o comercio de alimentos a colocar junto ao alimento “oferta” de brinquedos ou brindes para as crianças; mas sabemos que não tem sido cumprido.
A obesidade é uma patologia desenvolvida principalmente sobre três aspectos de maior relevância: sócio-cultural, orgânica e psicológica.
Com a evolução tecnológica o indivíduo esta sempre procurando a “lei do menor esforço”, quase tudo hoje é automático: controle remoto da TV, telefone sem fio, carros cada vez mais exigindo menor esforço físico do motorista; escada rolante, entretenimentos eletrônicos, etc.
Primeiramente temos que somos copiadores de comportamentos, portanto, pais obesos, filhos obesos. O equilíbrio ou educação alimentar dentro de um lar é o primeiro passo para evitarmos a obesidade na infância. Não é raro observarmos número de nascimentos de crianças obesas; portanto, sua dieta alimentar nos primeiros anos de vida pode determinar seu “biótipo” por toda sua existência passando pelas sete etapas (primeira infância, segunda infância, terceira infância, puberdade, adolescência, idade adulta e velhice) sem que o aumento de peso seja fora daquele esperado para cada tipo de pessoa, incluindo além do porte físico a maneira que cada pessoa vive em seu dia a dia. O modelo usado para se determinar se a pessoa está obesa quando é levando em conta apenas a altura do individuo, não condiz com a verdadeira realidade quando nos referimos aos conceitos mais apropriados de ser humano que possui características próprias, embora devamos ter algum ponto de referência para melhor podermos cuidar da obesidade.
Tenho observado que a maioria das pessoas somente faz suas refeições acompanhadas de bastante líquido, não importando se é refrigerante, suco ou água. Nem todas as pessoas possuem a mesma absorção de líquido e, normalmente, as pessoas obesas tem maior retenção de líquido no organismo. Retenção esta que estimulara o aumento de peso devido ao aumento de volume das células adiposas.
Outro fator desencadeante da obesidade é que as pessoas com maior predisposição à obesidade comem depressa e mastigam quase nada, engolem o alimento inteiro o que não despertará no cérebro a parte responsável para “dizer” ao indivíduo que não precisa comer mais. Sabemos que existe uma conecção direta entre a mastigação e o cérebro. A mastigação não só ira produzir as enzimas (suco gástrico) responsáveis pela absorção do alimento, mas também ira despertar no indivíduo o estímulo de estar saciado. Quando estes mecanismos não são ativados o indivíduo continua comendo até que fique cheio e não quase sempre ainda insatisfeito; pois só não continua comendo porque não cabe mais.
O emocional é fator sine qua non no desenvolvimento da obesidade. O magro ansioso, normalmente, não consegue comer, portanto emagrece. O gordo ou quem traz consigo a predisposição para engordar, portanto dobra sua quantidade e velocidade no comer e beber, portanto, processa a obesidade, mais cedo ou mais tarde.
Sabemos que fatores ainda “desconhecidos” nos levam aos vícios de toda ordem. Embora os mecanismos pareçam seguir os mesmos princípios psicoemocionais, culturais, sociais, dentre outros, cada indivíduo irá buscar um objeto particular para esconder suas frustrações, mágoas, traumas e desequilíbrios inerentes ao ser integral, como: álcool, drogas, remédios, sexo, comida, doenças, dinheiro, trabalho, compulsão por comprar, etc.. Compreendemos e continuamos pesquisando que influência espiritual também é desencadeador de diversas patologias como a obesidade. Segundo o Espiritismo Científico quando um “comedor” compulsivo entra em ação no restaurante ele alimenta em media mais cinco “espíritos desencarnados” que suga as energias etéreas desencadeadas pela alimentação em excesso, assim como acontece em outros vícios como álcool e outras drogas.
Assim sendo, a obesidade não é simplesmente um acúmulo de gordura no corpo material; mas muito, além disso: retenção de líquido, sedentarismo, desequilíbrio psicológico e espiritual, fatores orgânicos, sociais, culturais, econômicos, emocional e educacional.
Os fatores psicológicos se agravam à medida que a obesidade vai ganhando terreno. A baixa auto-estima é o ponto principal para outros fatores que faz da doença da obesidade se tornar uma questão de saúde publica, pois o obeso além de desenvolver outras doenças provocadas pela doença como: pressão alta, aumento do colesterol e triglicerídes, problemas cardíacos, diabetes, fator de discriminação social, diminuição de sua vida útil, distúrbios da sexualidade, etc. Suas limitações diante de uma vida útil e produtiva tornam-se cada dia mais acentuado.
Os tratamentos deveriam ser de prevenção desde a infância. Aos já “considerados” obesos os tratamentos percorrem um longo caminho de uma equipe multidisciplinar: endocrinologista, nutricionista, psicólogo, professor educação física, fisioterapeuta. Não esquecendo que o maior responsável pelo emagrecimento é a vontade de emagrecer e estar disposto a uma reeducação de hábitos por parte do indivíduo em tratamento para que o objetivo possa ser atingido e a manutenção possa ser uma praxe, pois sabemos que emagrecer, às vezes, é fácil; mas permanecer magro que é a questão. Eis o porquê de um bom acompanhamento psicológico/psicoterápico.
Com tudo que temos de recursos hoje: só é gordo quem quer. E tendo o conhecimento que somos o que nós pensamos; comece por aprender a pensar e a viver com uma imagem de você magro(a) e com certeza o resultado será o esperado. Quem tem uma imagem de si mesmo gordo(a) formada no cérebro, será quase impossível emagrecer. Portanto, faça a partir de hoje uma imagem magra de você e trabalhe com vontade; pois como disse Thomas Edson sobre o gênio, transferimos para o gordo que para se atingir o resultado é necessário um por cento de tratamento externo e noventa e nove de transpiração (atividade mental e física).
(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante)